quarta-feira, 22 de novembro de 2023

Nossas histórias

 Em uma de nossas oficinas do observatório da escrita, propomos aos alunos construírem histórias baseadas em alguma situação de trabalho a partir de um gênero textual. Dessa proposta surgiram ótimas narrativas que você pode conferir: 




O pequeno Ravi  


                                                            Autoras: Maria, Salete, Luzinete e Daiana. 


    A mulher foi ganhar o filho no hospital e de repente ela adormeceu, enquanto isso, veio uma mulher disfarçada e o roubou do hospital. 

   Ela levou então o pequeno Ravi para sua casa. Mas graças a Deus, com a ajuda da polícia, o encontraram e o devolveram aos seus pais e eles viveram felizes para sempre. 


Amor proibido

 

Autoras: Luiza Honório, Marlete da Silva,

 Maria do Socorro, Mara da Graça


   Maria trabalha de doméstica para um homem chamado Jorge. Após alguns dias de trabalho,o patrão foi se apaixonando por Maria.

    Ela era muito cuidadosa com seu serviço e com as coisas de Jorge, assim, ele começou a prestar atenção em Maria, ela percebeu e começou a ter um carinho pelo patrão. Esse carinho virou uma história de romance linda!

    Eles se casaram e tiveram filhos e viveram uma história muito bonita. 



Cosme Soares, Vilma Martins, Jorge,

 Maria do Socorro, Yasmim Moreira 

 

    Bom, era um dia de trabalho normal e eu trabalhava de garçom na noite de réveillon.

    Estava com a bandeja de chopp na mão,servindo um cliente, quando veio outro garçom na mesma direção, batemos de frente e caiu chopp para todo lado em cima dos clientes - foi um deus nos acuda, uma tragédia - na hora o cliente começou a fazer piada com o que aconteceu e todo mundo começou a rir. Com isso meu patrão deu uma rodada de chopp grátis para distrair o que aconteceu.  


Drama

 

 Autores: Stefany Rangel, Marinete de Jesus, Paulo César, 

Monique Gonçalves e Ana Paula Lima


No meu trabalho, ainda existem coisas bizarras, porque, quando as pessoas passam mal, eles não podem atender lá. Eles mandam ir para a UPA. Lá é um hospital de grande porte, então por que fazer isso com os empregados? Isso não se faz com o pobre de um trabalhador.

É, a vida do trabalhador brasileiro é um verdadeiro drama. Temos que enfrentar a condução lotada, o assédio e a falta de respeito. Ser trabalhador no Brasil se torna um pesadelo. A pessoa não tem nenhuma valorização. O salário é completamente desvalorizado. Você trabalha muito e ganha pouco.

Trabalhar no Brasil se torna um verdadeiro teatro onde o trabalhador precisa ser o ator, a atriz e termina como um palhaço e o circo é o ambiente de trabalho.



Uma história real 


Maria Aparecida, Maria de Fátima, Marineuza, 

Maria da Luz,, Maria Cleunice


    Essa história aconteceu há 45 anos atrás, tendo como personagem principal uma menininha, inocente, pequenininha e que tinha 12 anos de idade, ela também passava por necessidade e buscava uma condição melhor para sua família. 

   Ela acabou indo parar na casa de uma bruxa  que a sobrecarregava de tanto trabalho, uma carga exaustiva. Além disso, ela trabalhava desde muito cedo e até tarde da noite. 

    O que nunca se apagou da memória da menina,foi quando uma travessa de vidro se quebrou, cortando sua mão e jorrando muito sangue. 

                                







Um dia de férias no trabalho


Autores: Edson,José,Elaine,Maria Antônia, Nathan

 

   O trabalho é uma fonte de satisfação pessoal, além de ser uma boa forma de continuar com a sociedade.

   Fiquei feliz quando meu chefe pediu para que eu pudesse fazer uma seleção completa  de tarefas de trabalhos que inspiram os colegas a atingir seus objetivos. Mas quando Nathan entrou na empresa Elaine não gostou, pois ele tomou seu lugar. Foi aí que o José intercedeu, porém o encarregado já tinha demitido ela e o Edson por justa causa. 

   No fim, Maria Antônia apaziguou tudo com seu cuscuz . 




Uma história de amor

Autores:Luíza Fidelis, Maria José Sabino,

Antonio Henrique, Maria Soares, Quitéria Bezzerra 


   Um dia eu fui ao supermercado, quando passei no setor do açougue e lá estava um belo moreno. Eu não conseguia tirar os olhos dele e meu coração quase parou. 

   Passei a ir todo dia, mas ele não me notava, até que um dia eu tomei coragem e fui até ele e perguntei se ele era casado…tive uma grande decepção,pois o meu amor era casado, no entanto, convidei ele para sair e mesmo assim ele aceitou. 

   A gente saiu e eu tive uma grande surpresa: ele não era casado, só estava me testando para saber se eu gostava mesmo dele.


Autores: Maria  Julia, Antonilda Faustino, 

Omar Jorge, Wellington  Pereira. 


   A minha aventura é no trabalho e aqui na escola da Fiocruz. E a aventura da Júlia é levantar cedo de manhã para ir a ginástica, tomar café da manhã e levar o cachorro na rua. Já a aventura de Antonilda foi voltar a estudar. Todo dia ela acorda de manhã e faz doação de café da manhã; a tarde tem entrega de quentinha e a noite tem janta.


terça-feira, 27 de junho de 2023

Contos de trabalho


 Nesta publicação, os(as) educandos(as) que participaram da Oficina de Leitura e Produção Textual (2023-1) produziram uma pequena publicação com contos sobre o dia a dia de trabalhadores(as). São histórias inventadas na realidade: qualquer semelhança com a realidade não será mera coincidência!
E você: que história tem para nos contar?

Para acessar, basta clicar no link: CONTOS DE TRABALHO

domingo, 23 de junho de 2019

Juntando saberes, produzindo conhecimento e fazendo crítica

Educandos e educandas da turma do Médio I (2019-1), juntamente com os/as monitores de produção textual da UFRJ, elaboraram pequenos textos em resposta à notícia publicada no site do jornal O Globo que continha a seguinte machete: "Folheto da Riotur distribuído a turistas tira favelas da geografia da cidade". A notícia mostrava que, nos mapas oficiais da Riotur que são distribuídos a turistas, as áreas correspondentes às favelas da cidade do Rio de Janeiro foram substituídas por florestas ou grandes espaços vazios. A seguir, os textos produzidos pelos educandos e educandas da turma:

Fonte da notícia (para consulta):
 < https://oglobo.globo.com/rio/folheto-da-riotur-distribuido-turistas-tira-favelas-da-geografia-da-cidade-21806418 >


É um absurdo! Pois, nós moradores de favelas nos sentimos ofendidos. Por que ocultar as favelas? O quão mal é? Isso é realmente constrangedor e péssimo. Camuflar e apagar as comunidades como se elas não existissem é algo bem idiota! E pessoas são prejudicadas com isto. Por exemplo, os trabalhos das pessoas que têm comércio não serão divulgados. Assim, elas ganhariam mais dinheiro e divulgação, algo bem importante para quem tem um negócio próprio. RioTur foi bem preconceituosa tendo esta atitude.  (Bárbara Néri)

Achei uma falta de respeito com os moradores das comunidades citadas, pois muitos comerciantes investiram dinheiro em seus comércios para receberem os turistas e, sem as comunidades no mapa, muitos turistas não vão saber que existem hotéis, bares e entre outras coisas ali para conhecerem ou se hospedarem. São sempre os moradores em geral das comunidades que são prejudicados. Além disso, os turistas vão para qualquer lugar se baseando no mapa e eles podem acabar completamente perdidos. (Pâmela Rocha de Vasconcelos)

Gostaria que vocês tivessem pelo menos um pouco de consideração por nós, porque já tiram tantos direitos, ainda querem tirar a favela de nós. Em meio a tantas coisas a serem resolvidas, vocês querem nos esconder, porque somos pobres e favelados. Quando vocês precisam do favelado, sabem onde encontrar. Enfim, triste realidade!!  (Ângela Alves)

Muito injusto com as comunidades do Rio de Janeiro não serem localizadas no mapa da cidade: elas não fazer parte da nossa sociedade? Elas são tão lindas pra ficarem escondidas dos turistas que vêm conhecer o Rio quarenta grau, cidade tão linda que não é à toa que está entre as 7 maravilhas do mundo. O Rio é um lugar lindo de viver, mas a violência impede de os turistas conhecerem a cidade. Isso é um absurdo, pois a cidade em que vivemos tem lugares históricos que devem ser conhecidos. (Hugo Alves da Silva)

Sobre o mapa oficias da RIOTUR que são distribuidor a turistas, esses nunca foram os mapas verdadeiros do nosso Brasil. Nas favelas, não há só violência, até porque a violência está em qualquer lugar que você possa imaginar. Os moradores das favelas também são honestos, amigos, gentis etc. A Rocinha é um dos pontos turístico da cidade e não está no mapa RIOTUR. Eles não só apagaram as comunidades, mas também os moradores que vivem lá, ralando pra sobreviver, pra dar um estudo melhor pros filhos, uma boa saúde, trabalho etc. (Estefany Felinto Rangel)

É uma falta de respeito com os moradores das comunidades: por que apagar uma história e tirar a realidade das favelas? Fora as coisas que foram construídas na nossa comunidade. Os moradores tentam lutar por direitos para não serem apagados, mas o fato é que não temos voz ativa. (Michelle Silva)

Achei um absurdo a RioTur esconder a favela. Isso pra mim é um crime. Não podemos apagar o que é bonito: a nossa favela, nossa cultura e os passinhos Funk. Os gringos, hoje em dia, querem conhecer o baile e se divertir igual a todo mundo.  Não concordo com nada que a RioTur fez não pode ser assim, pelo amor de Deus! Pense nos outros, isso está destruindo nosso Brasil e nossa cultura. (Beatriz Carvalho dos Santos)

Riotur, boa noite! Aqui é Viviane Lopes Machado, da favela Mandela. Estou estudando à noite no programa da EJA-Manguinhos e, nas aulas, o professor de língua portuguesa vem elaborando um trabalho de escrita no qual ele passou uma redação em que se passa a triste realidade que vocês apagaram as favelas do mapa do Rio de Janeiro. Ao ler essa história, fiquei um pouco chocada e triste porque, nas favelas, existem pessoas de. Queria pedir que vocês reavaliassem esses conceitos, pois pobre também é gente. Obrigada. (Viviane Lopes Machado da Silva)

Senhor presidente da Riotur, colocar favela como floresta no mapa não faz calar um povo que luta pelos seus direitos. Somos trabalhadores, temos nossos diretos como você como qualquer cidadão. A favela também tem seus pontos turísticos. Nossa favela também merece estar no mapa turístico. Seria maravilhoso se os turistas visitassem nossas favelas, se ouvissem um pouco de uma realidade que muitos preferem não querer ouvir ou saber como. Vocês dizem que é preciso focar nos pontos turístico, mas o que falta é regularizar nossas favelas. Precisamos acabar com essa covardia, com essa hipocrisia. Se os nossos governantes, presidente, focassem um pouco mais em nossas comunidades, a RioTur não deixaria nossas favelas de fora do mapa, algo que, para nós, seria muito importante. (Fabiana dos Santos)

Presidente do Riotur, gostaria de esclarecimento de alguns fatos que aparecem nos folhetos, folders e mapas do Rio de Janeiro para o turismo? No lugar das favelas, aparecem   árvores e florestas, escondendo a realidade da cidade. O senhor não pode simplesmente apagar as favelas. A favela faz parte da realidade da cidade. As favelas têm os seus valores. Há turismo, sim, para oferecer a todos que o visitar as favelas da cidade. O turista vem buscar diversão, cultura e conhecimento. Se passarmos uma cidade linda maravilhosa, sem nenhum problema, escondendo de fato como é na realidade, podemos perdê-los por ter passado uma imagem para só impressionar, mas que não é a realidade. Então, Senhor presidente da Riotur, mostra a verdade! Você não pode esconder a realidade e jamais apagar as favelas, os povos, a cultura, a culinária. O turista quer turismo seja onde for. (Regiane Pereira Rufino)

Riotur, não concordo com a atitude de vocês fazerem um mapa para turista do Rio de janeiro com espaço vazio ou colocando outra coisa no lugar das favelas ou comunidades carentes. Estão tentando esconder o quê? E de quem? Somos pobres, carente, mas somos dignos e trabalhadores. Vocês estão tirando o direito dos turistas de ir a qualquer lugar que eles escolherem. Vocês escondendo as favelas, estão escondendo vidas que existem, vidas que tem histórias. Vocês estão escondendo talentos e matando sonhos. Vocês não têm o direito de apagar histórias e tirar o direito desses cidadãos como os turistas, como os moradores dessas favelas. (Adriana da Costa Santos Silva)

Riotur, por que vocês nos riscam do mapa? Vocês pensam que as favelas ou nós, os moradores das comunidades, somos lixos ou que não merecemos o direito de viver? Não queremos ser venerados, idolatrados. Nós só queremos respeito e igualdade. Quem são vocês para pensarem que são melhores ou piores que alguém se nem Deus se intitula superior ou inferior? Por que devemos desprezar a favela ou quem mora nela? Só porque vocês moram na zona sul ou têm uma condição de vida melhor, isso não faz de vocês melhores que ninguém: todos comem, dormem, choram, morrem, todos fedem do mesmo jeito. Devemos ter respeito a todos: sejam ricos ou pobres. Igualdade para todas as classes sociais e raciais. RESPEITE A FAVELA! (Juberto Camilo)

Não adianta querer tirar as favelas dos mapas, pois elas continuam existindo. Sempre tem várias casas sendo construídas, sem autorização das prefeituras e do estado. Talvez vocês queiram esconder a realidade do Rio, pois só mostram as belezas, as praias, o Cristo Redentor. Muitas favelas não têm saneamento básico, tem valas negras a céu aberto, barracos de madeiras caindo aos pedaços. Se quisessem fazer um filme, era só chegar nas comunidades e visitar que iriam ser bem atendidos. Apagar as favelas do mapa só faz aumentar o preconceito contra as favelas, pois não vão conseguir a realidade. Vocês estão sendo ingratos com os moradores dessas favelas. É triste saber de uma notícia dessa. Assim, os visitantes só veem pontos turísticos e não conhecem a realidade dos pobres. Lamentável! (Fatima Maria da Costa Freire)

Venho por meio dessa procurar entender porque a RIOTUR nega, em seus mapas, o direito de reconhecimento das favelas. Mas na hora de ganhar dinheiro com o turismo pelas COMUNIDADES há registro em seus folders, que são entregues aos visitantes.  Na minha opinião, não adianta tentar retirar a favela e seus morros dos mapas, pois, a cada dia que passa, elas crescem com a velocidade da luz: pessoas existem e histórias também. E não adianta ignorar fatos e a realidade para tentar se beneficiar. E não adianta ignorar fatos, para tentar se beneficiar, porque, em uma hora, a realidade aparece e os turistas ficarão reféns dos territórios escondidos nos papeis. PLANO DE SEGURANÇA DA RIOTUR de nada adiantará, pois a realidade estará à mostra, estampada em manchetes de jornais. Então, é preciso entrar nas COMUNIDADES e dar dignidade, não esconder realidades a fim de se beneficiar, MATANDO origem das pessoas por causas das projeções de um desenho que está longe da realidade da população. É PRECISO FAZER E NÃO ESCONDER. (Graziela Silva dos Santos)

RIOTUR, boa noite! Eu me chamo Valesca, sou moradora de uma comunidade do Rio de Janeiro. Acabei de visualizar alguns dos seus mapas e neles não constam algumas regiões da nossa cidade. Vocês retiraram as comunidades do mapa do Rio de Janeiro. Gostaria muito de saber o motivo, já que nós também somos moradores da cidade. Será que para vocês o que importa são as áreas turísticas da cidade? Vocês estão tirando o direito dos turistas de conhecerem a cidade como realmente ela é. Nossas comunidades são áreas muito humildes, mas com grandes histórias de vida, que podem agradar muito os turistas, fazendo com que eles possam ver nossa cidade com outros olhares. (Valesca Andrade de Oliveira)